Me sinto rasgado ao meio. É como se eu fosse duas pessoas que se digladiam, cada uma me puxando para um lado.
O nome de uma dessas pessoas é Eufórico. Ele se forma hoje em Física, um sonho que ele levou sete anos para finalmente concretizar. Hoje é o ápice e o encerramento de um curso de bacharelado que trouxe a ele inúmeras alegrias e igual número de tristezas. Algumas foram absolutas, alegrias que são serão igualadas jamais. Houve tristezas, mas, na balança dele, as alegrias superam as tristezas e justificam todo o sofrimento e os erros cometidos.
O outro se chama Partido. Porque ele está com o coração partido. Por muito tempo, ele e Eufórico caminharam lado a lado, um sempre apoiando o outro. Até que, em determinado momento no ano passado, eles se desentenderam. Havia um impasse entre eles, uma decisão crucial que decidiria seu destino. Na época, Eufórico (que tinha então outro nome) ganhou a discussão, e Partido (que também tinha outro nome), relutante, acabou concordando com ele. Mas, recentemente, quando Eufórico adotou seu nome atual, Partido percebeu erros cruciais na argumentação de Eufórico, e percebeu que foi o responsável por um erro gravíssimo. Algo tão cruel, que agora Partido sente nojo de si mesmo. Ele tem medo de não conseguir perdoar a si mesmo pela atrocidade que fez à pessoa que ele e Eufórico mais amam no mundo.
E, agora, ambos estão novamente combatendo um ao outro. Ambos têm motivos muito fortes para lutar, mas no fundo eles ainda têm esperança. Sabem que existe uma chance de se reconciliarem, e se agarram a ela como se ela fosse tudo que lhes resta neste mundo.
Por favor, torçam por eles.
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