Eu sempre achei que seria o caminho natural, depois de fazer Física, fazer um mestrado, um doutorado, eventualmente um pós-doc e conseguir um emprego como docente. Cheguei até a sonhar em dar aula em alguma capital do nordeste, onde eu pudesse morar por perto da praia...
Aos poucos minha perspectiva sobre a pós-graduação foi mudando tudo isso. Já passei por tanta coisa desde a graduação que já não sei mais o que realmente pretendo fazer no futuro. E isso é um problema, já que estou começando a chegar ao fim da linha. Passei os últimos anos observando várias pessoas do meio acadêmico e às vezes a impressão que eu tenho é a de que é pré-requisito ser um neurótico incorrigível para ser docente universitário. Pelo menos, o exemplo que está fisicamente mais próximo é esse.
Eu odeio ser neurótico.
Também percebi que na realidade o que me atrai não é a vida acadêmica em si, embora ela seja atraente sob certos aspectos, mas sim a vida de laboratório, de colocar a mão na massa e mexer em instrumentação, quebrar a cabeça pra resolver um problema. Não ficar discutindo o sexo dos anjos. Ou, pior ainda, insistir no erro enquanto outras pessoas insistem que há uma maneira melhor de fazer as coisas só para, depois de ter perdido meses a fio inutilmente, chegar à mesma conclusão. Isso é foda.
Na hora de escolher um pós-doc, fico na dúvida, pois há outras coisas na minha vida que são muito importantes, e conciliar tudo fica difícil. É complicado fazer planos sem saber como estarei daqui a 5, 10 anos (sim, estou falando de planos de médio-longo prazo). Se eu tiver que escolher, como saber qual a escolha certa? Não é uma escolha fácil, e na verdade provavelmente não haja escolhas realmente erradas, mas no fim das contas, se uma coisa implicar em desistir da outra, é complicado colocar tudo numa balança e avaliar o que é mais importante.
Talvez chegue um momento na vida das pessoas em que elas precisam fazer essa escolha, e isso define muito do que elas serão dali em diante. Provavelmente eu esteja me aproximando dessa hora. Se for isso, é bom eu pensar muito bem no que eu realmente mais quero, porque nunca se sabe de verdade quando isso pode virar realidade. Uma coisa é certa: não é fácil se preparar para isso, afinal de contas se a escolha deve realmente existir então as condições para que eu possa seguir este ou aquele caminho devem existir; e isso implica em seguir em ambas as direções o maior tempo que eu puder. Seguir duas estradas diferentes é difícil, e são raras as ocasiões em que elas permanecem próximas por muito tempo.
De certa forma, até acho bom que isso tudo esteja passando pela minha cabeça agora. Encontrei uma coisa muito valiosa nos últimos 14 meses, e quero seguir em frente com ela. Sei que ela vai evoluir muito e que pode se tornar algo tão importante na minha vida a ponto de eu passar o resto dela assim. Ganhei uma perspectiva que nunca tinha imaginado sobre muitas coisas, e tenho percebido tudo de uma maneira diferente, o que me agrada. Começo a ver outras opções além do óbvio, e que embora talvez eu não consiga tudo que sempre quis, fazer concessões faz parte da vida, e vale a pena sacrificar algumas coisas para poder se ter outras.
Como sempre, é tudo uma questão de equilíbrio.
Aos poucos minha perspectiva sobre a pós-graduação foi mudando tudo isso. Já passei por tanta coisa desde a graduação que já não sei mais o que realmente pretendo fazer no futuro. E isso é um problema, já que estou começando a chegar ao fim da linha. Passei os últimos anos observando várias pessoas do meio acadêmico e às vezes a impressão que eu tenho é a de que é pré-requisito ser um neurótico incorrigível para ser docente universitário. Pelo menos, o exemplo que está fisicamente mais próximo é esse.
Eu odeio ser neurótico.
Também percebi que na realidade o que me atrai não é a vida acadêmica em si, embora ela seja atraente sob certos aspectos, mas sim a vida de laboratório, de colocar a mão na massa e mexer em instrumentação, quebrar a cabeça pra resolver um problema. Não ficar discutindo o sexo dos anjos. Ou, pior ainda, insistir no erro enquanto outras pessoas insistem que há uma maneira melhor de fazer as coisas só para, depois de ter perdido meses a fio inutilmente, chegar à mesma conclusão. Isso é foda.
Na hora de escolher um pós-doc, fico na dúvida, pois há outras coisas na minha vida que são muito importantes, e conciliar tudo fica difícil. É complicado fazer planos sem saber como estarei daqui a 5, 10 anos (sim, estou falando de planos de médio-longo prazo). Se eu tiver que escolher, como saber qual a escolha certa? Não é uma escolha fácil, e na verdade provavelmente não haja escolhas realmente erradas, mas no fim das contas, se uma coisa implicar em desistir da outra, é complicado colocar tudo numa balança e avaliar o que é mais importante.
Talvez chegue um momento na vida das pessoas em que elas precisam fazer essa escolha, e isso define muito do que elas serão dali em diante. Provavelmente eu esteja me aproximando dessa hora. Se for isso, é bom eu pensar muito bem no que eu realmente mais quero, porque nunca se sabe de verdade quando isso pode virar realidade. Uma coisa é certa: não é fácil se preparar para isso, afinal de contas se a escolha deve realmente existir então as condições para que eu possa seguir este ou aquele caminho devem existir; e isso implica em seguir em ambas as direções o maior tempo que eu puder. Seguir duas estradas diferentes é difícil, e são raras as ocasiões em que elas permanecem próximas por muito tempo.
De certa forma, até acho bom que isso tudo esteja passando pela minha cabeça agora. Encontrei uma coisa muito valiosa nos últimos 14 meses, e quero seguir em frente com ela. Sei que ela vai evoluir muito e que pode se tornar algo tão importante na minha vida a ponto de eu passar o resto dela assim. Ganhei uma perspectiva que nunca tinha imaginado sobre muitas coisas, e tenho percebido tudo de uma maneira diferente, o que me agrada. Começo a ver outras opções além do óbvio, e que embora talvez eu não consiga tudo que sempre quis, fazer concessões faz parte da vida, e vale a pena sacrificar algumas coisas para poder se ter outras.
Como sempre, é tudo uma questão de equilíbrio.